sexta-feira, fevereiro 15, 2008


LAMENTAÇÕES DA NÉVOA

Não há luz para seguir, nem ecos na escuridão...

Somente larvas que se sustentam de minha trágica loucura...

Não ha. versos neste mundo, somente o cinza em véu inerte, sem movimentos, somente sussurros aos ventos...

Os olhos não abrem, a luz na penetra sobre a retina e onde ela está?
...o gosto se foi de minha boca... Sorrisos são lembranças em papéis impressos... Jaz sem lugar para ficar...

Restam-me os amigos, nobres almas que olharam descontente para minha imagem pálida ao lado de um lago de discórdia...

Minhas mãos não têm mais forças para se apoiar, minhas pernas não acordam mais perante a longa estrada...

Os caminhos de espinhos novamente renasceram e sou obrigado a cruzá-lo novamente, ignorado pela existência, obrigado pela Paixão... Maldita.

Existe ar puro do lado de fora, mas somente para Ela, a Carrasca... Feliz com teus gestos, certa em teus pensamentos, exibe o sorriso de sua imaturidade que gera a crueldade de teus movimentos... Hipocrisia generalizada... Um anjo caído jaz um demônio ressentido...

Não ha. nada a fazer... Somente seguir o frenesi da dor... Esperar o Deus Tempo me acolher em teu abrigo, ou quem sabe um coração em coma...

Tornar-me um ser incapaz de amar, como um dia amou, assim como a cicatriz que protege a ferida, mas mantém a aparência destorcida...

A vida muda às pessoas, as pessoas mudam as pessoas...

As pessoas não mudam a Vida

Não esperarei arrependimento nem lamentações ou desesperos em busca de mim quando me perder...

Mas sei que tais abstrações nasceram mais fortes do que já nasceram outras ...

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Obscurecido novamente...




Obscureço-me na tentativa...
Sem somente ter respostas...
Na caminhada solitária de volta a casa...

Na alternativa de encarar o sofrimento, e enxergar a tua verdade... Este momento...


Da negação de cair sozinho e perceber que jazem ao meu lado somente fantasmas de tua imagem, e percebe que você como tal foi simplesmente um espírito sem nada igual, as proezas que encontrei no cair da noite de memórias passadas.


Suspiros sem força, versos sem nada, somente o grande vazio em meu peito, que grita sem força.

Somente a partida aguarda meu corpo inerte e mente igual, respiro/ aspiro.

Jaz mais nada do que era antes, procuro em meu intimo, na caverna primitiva das raízes de minha alma, refúgios das migalhas devoradas de minha essência. Devorada pela besta da paixão que consumiu meus traços, que me deixou em total desalento, me consumiu e me matou.

Sou só isso agora...

Somente falhas de uma capa que cobria a vida, e agora, somente um encosto tentando se levantar a cada hora, ouvindo murmúrios decadentes de outra vida.

Sem palavras que possam me ajudar, sem presenças que antes me afagavam na morada triste...

Mas suas ações não são benevolentes, não alimentam meu espírito, nem me comportam na eterna caminhada, somente jugos de tristeza, somente pedaços de carne dilacerada por tuas garras, por tua ânsia de desejo, pelo poder que cega teus dedos.

Pediste minha alma e não entregastes então tirou de mim tudo que nela havia vida, me tiraste o conforto.

Recônditos encantos, ternura sensual, lágrimas da leveza do distúrbio matinal...

Belas formas tão distintas aos meus olhos eu procuro, e encontro lá no fundo dos desejos mais simplórios.

Torna tenro o meu dia, com melodia tão suave, sussurros labiais transcendentes da companhia de uma linda tarde.
Traz consigo antes do crepúsculo, tua carne tão igual, de formatos parecidos, mas de pureza distinta.

Tu era isso, demônio sem idade, contida na maldade... sinistra beleza, companhia mortal, me tiraste a vida e não me deixaste forças, nem mesmo para dar fim a minha vida...

A depressão que tu deixou em mim tomou meu corpo..sustentou meus ossos, se hospedou sobrevivendo sugando minha vida aos poucos sem me deixar morrer

Pior de todos os demônios

Teu nome és o mesmo que saíram de meus lábios tantas vezes no cortejo de minha bela paixão

Hoje jás minha lápide... parabéns...



terça-feira, fevereiro 12, 2008


Sou oque restou...
Oque não anda oque não se move... Mas oque luta para estar entre tudo... Sem saber por quê...

Levaram-me a vida, me roubaram alegria... Meu sono, o gosto em minha boca.
Infiltraram-se em meu mundo e o pintaram de outra cor...

Fui hospedeiro de uma parasita simbionte adornado de uma luxúria sagaz, pincelado por brumas ressonantes.

Fui trajado de piada, fui tragado pelas ondas incertas de um perfume voraz que só despertava a mim o meu desejo...

Fui combatido por serpentes algozes, violentado contra minhas próprias idéias, fui amado falsamente pela falta de saber...

Fui insano e acreditei na existência de sedas ao vento... Tornei-me fraco diante do inimigo da vida... Enfeitiçaram meus olhos com pétalas sobre carne pútrida...

Minhas narinas se fecharam ao odor da magoa e do rancor, fiquei cego... Fui vitima, fui assassino, fui vilão... E esta foi a melhor parte...

Hoje não há vacinas, não há bloqueios, somente a espera incessante pela passagem, pelo portão de saída da manta negra sepulcral...

Hoje minha medalha são as malditas verdades da nossa vil natureza...
O conhecimento estigmatizado da união de dois seres
A verdade e a negação das feridas abstratas

Crueldade, desprezo, egoísmo as chaves de pedra do coração de quem nos prega a armadilha.

Não me resta, nada, jaz aqui nada a perder...