terça-feira, fevereiro 12, 2008


Sou oque restou...
Oque não anda oque não se move... Mas oque luta para estar entre tudo... Sem saber por quê...

Levaram-me a vida, me roubaram alegria... Meu sono, o gosto em minha boca.
Infiltraram-se em meu mundo e o pintaram de outra cor...

Fui hospedeiro de uma parasita simbionte adornado de uma luxúria sagaz, pincelado por brumas ressonantes.

Fui trajado de piada, fui tragado pelas ondas incertas de um perfume voraz que só despertava a mim o meu desejo...

Fui combatido por serpentes algozes, violentado contra minhas próprias idéias, fui amado falsamente pela falta de saber...

Fui insano e acreditei na existência de sedas ao vento... Tornei-me fraco diante do inimigo da vida... Enfeitiçaram meus olhos com pétalas sobre carne pútrida...

Minhas narinas se fecharam ao odor da magoa e do rancor, fiquei cego... Fui vitima, fui assassino, fui vilão... E esta foi a melhor parte...

Hoje não há vacinas, não há bloqueios, somente a espera incessante pela passagem, pelo portão de saída da manta negra sepulcral...

Hoje minha medalha são as malditas verdades da nossa vil natureza...
O conhecimento estigmatizado da união de dois seres
A verdade e a negação das feridas abstratas

Crueldade, desprezo, egoísmo as chaves de pedra do coração de quem nos prega a armadilha.

Não me resta, nada, jaz aqui nada a perder...

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