sexta-feira, agosto 27, 2010

As Santas

Sou um mau ateu.
Confesso.
Tenho santas de carne.
Penso nelas o tempo todo.
Em sua onipresença.
Nos milagres que transpiram por seus olhos.
Me torno devoto mesmo sabe…
Amo santas nuas,
com suas peles macias
e seu cheiro de paraíso.
E fico sim de joelhos.
Sem vergonha nenhuma.
Foda-se.
Me apego mesmo.
Faço promessas.
Simpatias.
Viro até umas de ponta-cabeça,
tipo Santo Antônio…
pra ver se arrumo casamento.
Amo minhas santas virgens.
Minhas santas putas.
Todas santas Madalenas.
Amo quando seus seios aparecem descobertos
quando se viram a noite com calor
e empurram pra baixo as cobertas.
Amo seus mantras ritmados
no compasso desesperado por plenitude.
Baixinhos ou escandalosos.
Perfeitos por transpirarem imperfeições.
Amo santas imperfeitas.
Santas pecadoras…
Afinal, quem quer santas de porcelana?
As melhores ficam com cabelos bagunçados,
bebem cerveja no gargalo,
falam palavrão sem perceber,
e simplesmente te puxam pra dentro.
Te tocam a alma.
Arranham as costas.
Viciam.
E aí a gente não pode mais viver sem elas.
Essas Marias, cheias de graça
e seus chupões no pescoço.
Benditas são mais, essas mulheres,
e benditos seus mundos e seus ventres…
Jesus… como as amo.


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