Hoje eu
assistia “Um Maluco no pedaço” e havia uma cena em que o Jeffrey o mordomo,
comparava as expectativas do dia de aniversário dele com o de Will, enquanto
Will gostava de esbaldar na diversão, Jeffrey achava que o seu aniversário era
um momento de reflexão sobre a vida, sobre as conquistas e derrotas.
Acho que
essa coalizão de duas eras finalmente se manifestou em minha psique por conta
disso, deixei de ser Will e me tornei Jeffrey.
Não acerca
dos atuais algarismos contabilizados na minha idade, mas sim pelo fato de
concordar com Jeffrey, é um momento de reflexão.
Quem me
conhece sabe que nunca me dei bem com aniversários, meus textos sobre eles eram
polêmicos e cheios de ódio, e é fato que a idade nos dá uma perspectiva
distinta da vida a cada soprar de velas.
A verdade é
que não me sinto mais velho, não foram às responsabilidades que me tornaram
mais velho, nem as compreensões morais, tampouco a introdução à sociedade como
o cidadão comum.
Meu coração ainda
é uma estrela em expansão consumindo tudo a sua volta, ainda não alcancei a
serenidade e não considero essa busca como própria para o momento.
Minhas
conquistas são mais pessoais e alimentam a minha estrela, diferentes de casa,
carro, casamento, trabalho que só inflam o seu ego para os arredores.
Em um
episódio de Bojack Horseman, Bojack exemplifica
o segredo da felicidade.
“Finja que
está feliz, até esquecer que está fingindo”.
Acho que
esses valores de conquistas são exatamente isso hoje em dia, você está impregnado
nessa utopia totalitária, e talvez a minha maior conquista seja permanecer
forte fora desse padrão puritano e parcialmente hipócrita.
Minhas
conquistas equivalem a pessoas e momentos, e á saudabilidade da minha consciência.
Não finjo
que sou eu sou. Feliz, triste, amargurado, pleno, insano.
Tenho todas
as figurinhas desse álbum, e isso me torna mais completo.
Tenho
amizades de 10 anos, amizades de mais 20 anos, e o mais importante, amizades de
menos de um ano com possibilidades infinitas.
Agradeço
pelas pessoas que me cercam, e agradeço pelas que não se aproximam, pois de
fato nunca fui muito fã de pessoas, prefiro animais.
E em meio a
esse turbilhão de insensatez que nos cercam na estrada, eu caminho sem olhar
para os lados, centrado nas minhas próprias ideias, baseado em 34 anos de
percepções sobre tudo que me fazia triste ou feliz.
Acho que
alcancei o banco de dados da engenharia social, mas ainda com aquele coturno
velho chutando bundas por ai...
Por que a gente
é que sabe o quanto que se fodeu.
Se foder faz
parte, diversificar é arte.